domingo, 20 de setembro de 2009

O BEIJO de Gustav Klimt customizado por Vik Muniz


Enquanto Viena observava a sexualidade e as nuances do prazer, como algo ligado a promiscuidade,  Klimt expressava através das suas obras, novos conceitos de beleza e sexo como expresssão do papel ilimitado da Arte. Como artista, arriscou desafiar os padrões conceituais de sua época e criou uma Nova Mulher, cheia de sentimentos,
frágeis e sedutoras. Klimt, vestia suas mulheres com roupas ousadas,exóticas e cheias de desenhos geométricos, como na imagem acima de "O Beijo".
Durante algum tempo,críticos consideraram Klimt machista, por retratar a mulher de forma submissa, como podemos observar nesta obra. Nela, as mãos da Mulher estão tensas e os dedos de seus pés pressionados na rocha, representando êxtase com medo, enquanto o amante a domina, curvando-se sobre ela para submetê-la.
Hoje, alguns críticos dizem que a pintura ,retrata uma Mulher que resiste às investidas do Homem, voltando seu rosto noutra direção, com vontade e poder de decisão!
Críticas à parte...Klimt, com sua obra inaugurou novos conceitos de arte e padrões, influenciou artistas, arquitetos, joalheiros,ao vestir seus personagens com novos conceitos de estampas,servindo de inspiração para muitos estilistas.
Impossível não ficarmos deslumbrados, diante das suas telas. 

Observar a obra de Klimt é observar conceitos de agregação de valores e enxergar um trabalho atemporal .
O Beijo de Vik Muniz





Vik Muniz, artista plástico e fotógrafo, reuniu 1.200mil pessoas em Guarulhos(SP),para formação de um grande mosaico, recriando a obra " O BEIJO" do austríaco Gustav Klimt, como uma forma de alerta contra o preconceito e o estigma de quem tem a Aids. Muniz, explica a escolha do tema: "Perdi cinco amigos para a doença. Há muita desinformação sobre o assunto e isso gera preconceito."Fui visitar um amigo no hospital quando estava para morrer", contou Vik Muniz." Pela minha ignorância, tive medo de beijá-lo. Sofro com isso até hoje,sempre que lembro. Você pode fazer muito mal a si mesmo, sendo ignorante.O Beijo é uma coisa forte. Se eu soubesse disso na época - que o gesto não transmitia o vírus da aids - teria me despedido do meu grande amigo direito".
Que o ato de Muniz nos traga reflexões!
O Beijo é sem dúvida , mais que um gesto de carinho e afeto. Quando damos um beijo, um abraço, repassamos o que de melhor há em nós, que é a capacidade de agregarmos sentimentos bons e redistribuirmos, movidos por um sentimento maior que é o da solidariedade. Quando negamos, ou recuamos, por abrigarmos maus pensamentos, ficamos à deriva...e o Universo que nos circunda nos deixará boiando, até que se perceba a distância da margem!



2 comentários:

  1. Lila, querida
    Muito interessante sua análise, mas coloco em questão a sua análise, ao mostrar, e não demonstrar o que pensa que a moça do beijo está sentindo. Seria muito interesssante que você, mulher, pudesse dizer o que acha, ao invés de deixar para os mal criados críticos...rs... Eu acho que a mulher está sentindo o que é pra ser sentido, com o medo sendo a surpresa de se sentir assim. Concorda?
    Interessante alocar o pequeno artigo sobre o beijo do Vik ! A mim pegou de surpresa quando você estava falando sobre moda e comportamento, quando o contemporâneo cai com tudo nas agruras, violências e temores do beijo.
    Lindo o seu blog !
    Beijos muitos, sem temores! Presença !

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  2. Erico...
    A obra de Klimt anuncia temas instigantes, como a sexualidade e a capacidade intelectual feminina.
    Acredito que a Mulher do Beijo, mostra-se dividida.Enquanto os dedos de uma das mãos, demonstram tensão e até temor,a outra busca o desenlace.Enquanto os pés ficam retidos e o corpo sufoca-se sob o amparo do Homem , que durante séculos a subornou, o rosto volta-se na busca de autonomia, frente a possibilidade da vitalização de desejos corporificados na junção dos corpos e eleveção do braço direito como quem exterioriza os desejos mais íntímos. A capa do homem deixa à mostra a junção dos corpos e os ombros desnudados para o prazer!

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