Chico Albuquerque

A Fotografia Edificando Histórias Reais

Abrindo com a doçura da noite o presente amado,segui folheando as belas imagens e ouvindo o som das palavras que bailavam na minha mente.Enquanto o cinza ganhava cores, as cores diminuem a pigmentação e ganhavam sabores...cheiro de graviola,pitomba,tamarindo, sapoti e carambola.As páginas que se abriam, desnudavam as vestes da nossa história, ao som do rei do baião. Meu olhar percorria a beleza da estética fotográfica, como quem caminha no jardim de Burle Marx.Se meu sorriso era fácil como o de Ronad Golias, ganhava esboço teatral ao ver Procópio Ferreira e dá de cara com o polêmico "homem da vassoura". Meu olhar brilhou mais ainda,ao perceber no bailado da pluralidade fotográfica,a força do trabalho, o social e a concepção da foto publicitária com trato humano alinhavando o belo.Como a mãe e a  filha espelhadas na TV,sentei-me com a minha pra ver o luxo vintage, diante da aero willys, ganhando ares retrô.Chico Albuquerque me fez percorrer caminhos, navegar de jangada, subir dunas, ver as velas do Mucuripe e navegar até o mar de Jericoacoara. Como adoro passear, sigo com Orson Welles e visto uma roupa de vaqueiro para adentrar no sertão.Caminhando devagar como quem fica embevecida com a passagem que vê,sigo para casa do Chico, onde na sala de estar, fico aguardando seu filho amado,que ao chegar recebe um beijo e um abraço, pelo presente que me deu,por ter alimentado minha memória na madrugada de domingo,substanciado meus sonhos em preto e branco, me feito percorrer caminhos alados nas palavras, germinando dentro mim, o desejo de continuar a viagem nos dias que virão.

 

 Foto: Chico Albuquerque Televisor Phillips, 1959-Publicidade Erwin Waisi

Foto: Chico Albuquerque - Aero Willys,1966- Agência Mauro Sales