segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Le Beaujolais Nouveau

Le Beaujolais Nouveau est le vêtement indispensable pour ceux qui aiment à harmoniser Idées Avec Plaisir


O vinho é por essência harmonizador !  Como diz Mario Quintana : "Por mais raro que seja, ou mais antigo,só um vinho é deveras excelente.Aquele que tu bebes, docemente,com teu mais velho e silencioso amigo." Os prazeres da vida são muitos... brindar à vida é sermos gratos ao caminho percorrido até aqui. Não adianta lastimar  os terrenos íngremes que pisamos, as decepções que tivemos, as traições embaladas nas sutilezas das vilanias do amigo(a), filho(a), esposo(a), irmão(a),namorado(a),pai,mãe e /ou de pessoas que cruzaram conosco, na estrada da vida.
Deixemos escorrer pelo ralo, as agruras cotidianas. Brindemos com Dionísio da forma mais simples e mais saborosa...entre amigos. Ah! entre os petiscos deliciosos é bom petiscar idéias,palavras e afagos poéticos, como os que cito aqui.
Em tempos de crise não podemos exagerar, mas também não tomar qualquer vinho,porque o que momentâneamente nos torna feliz,poderá nos entristecer no outro dia. Por isso, fica a sugestão do Beaujolais que é um vinho leve no corpo e no valor. Podemos degustá-lo novinho, logo após a colheita das uvas gamay, com as quais o mesmo é elaborado.Podemos hoje de qualquer lugar, revivermos a aura parisiense com o maravilhoso  Beaujolais Nouveau .
Vivez la Vie !
Le Beaujolais Nouveau est arrivé...!

SONETO DO VINHO
Jorge Luis Borges
Em que reino, em que século, sob que silenciosa
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular idéia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória.

ODE AO VINHO
Pablo Neruda
Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vino, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto, em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.

Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário